14/08/2010

Nos 90 anos da Portuguesa, presente e passado se encontram no Canindé


Por Diego Ribeiro (Matéria copiada co site GloboEsporte.com)
A Portuguesa completa 90 anos de história neste sábado e teve durante a semana o encontro de dois grandes nomes - um que já fez história no clube, e outro que começa a buscar seu espaço. Que torcedor da Portuguesa não se empolgaria com uma dupla formada por Rodrigo Fabri e Dodô? A convite do GLOBOESPORTE.COM, o ex-meia, craque do time vice-campeão brasileiro de 1996, foi ao Canindé na última quarta-feira e bateu um papo com o atacante, recém-chegado à Portuguesa. Fabri cumprimentou o novo astro no dia seguinte ao jogo contra o ASA, no qual Dodô fez mais um gol - o terceiro em três jogos pela Série B. O ex-camisa 10 também relembrou os bons momentos no estádio e mostrou seu lado torcedor logo nas primeiras palavras trocadas com o colega.

-Fala, Dodô! Começou bem, fazendo gol, né? Eu estava aqui no dia - iniciou Fabri, lembrando a estreia de Dodô contra o São Caetano, na qual deixou sua marca.

- É bom ter essa torcida de respeito, aumenta a responsabilidade - devolveu Dodô.

Rodrigo começou nos profissionais em 1995, foi a sensação da Lusa em 96 e até hoje é um dos jogadores que mais rendeu aos cofres do clube. Em 97, ele foi para o Real Madrid por US$ 10 milhões (hoje R$ 17,7 milhões). O atacante Diogo foi vendido ao Olympiakos-GRE em 2008 também por 10 milhões - mas de euros (R$ 22,7 milhões). Foi eleito melhor jogador do Brasileirão de 96 e, por muito pouco, não levou a Lusa ao inédito título nacional. A equipe perdeu para o Grêmio com um gol nos minutos finais de jogo, no Olímpico - derrota por 2 a 0 no fim.
Tudo o que tenho hoje devo à Portuguesa"Rodrigo FabriEm forma aos 34 anos, o meia encerrou a carreira ano passado devido à uma série de lesões musculares que incomodavam. Ele ainda bate sua bolinha em um clube de Santo André, onde nasceu e mora hoje com a família. E sempre vai às arquibancadas do Canindé para ver o time do coração em campo.

- Voltar aqui é muito bom, vem muita coisa na cabeça. Foi no Canindé que me formei, cheguei aqui criancinha, com 9, 10 anos, e saí aos 21, já como um homem formado. Tudo o que eu sou e tenho hoje devo a esse clube. Venho em quase todos os jogos em casa. Por isso, torço demais e tomara que volte à Série A nesse ano. Seria ótimo, ainda mais nos 90 anos - disse Rodrigo Fabri.
Dodô é mais velho que Fabri - tem 36 anos, e já marcou três gols em seu início de "reinado" na Lusa. A boa campanha na Série B empolga o atacante, que já rodou o país e o mundo por clubes grandes, mas diz se sentir em casa no Canindé. Ele espera fazer história e dar títulos à Portuguesa. O último conquistado foi um Campeonato Paulista em 1973 - dividido com o Santos.

- Aqui é bom, muito bom. E enquanto eu estiver marcando gols, a torcida estará feliz e ao meu lado. Se conseguirmos o acesso e o título, será um presente para os 90 anos do clube - afirmou.

O papo flui naturalmente entre os ídolos, que já se conhecem de outros tempos no futebol. Perguntam de amigos em comum, discutem a situação do futebol na Portuguesa. As perspectivas parecem boas, já que ambos elogiaram a estrutura do time No entanto, Dodô precisa se trocar e ir para o campo treinar. Afinal, é preciso trabalhar muito para manter a boa fase e conquistar de vez a torcida.
Enquanto isso, Fabri conversa com nomes antigos no clube - roupeiro, segurança, massagista... E deixa o Canindé antes mesmo do início do treino, mas com a certeza de que continuará sendo ídolo da Lusa por muito tempo.

Confira o bate-bola com Rodrigo Fabri, após o encontro com Dodô:

O que passa pela sua cabeça quando volta ao clube?
Muita coisa boa, a torcida cantando, os gols que marquei aqui... E aquele campeonato de 96, no qual fui eleito o melhor jogador, fizemos uma campanha histórica e levamos o clube a um patamar nunca atingido antes.

Mudou muita coisa desde que você deixou a Lusa?
Ah, a estrutura, no geral, é a mesma. Tem muita coisa que precisa melhorar, mas já houve avanços. O vestiário está reformado, a academia tem novos aparelhos. Então, espero que vá evoluindo.

Como é sua relação com a Portuguesa hoje?
Venho sempre que posso nos jogos em casa. Moro em Santo André, dá para vir numa boa. Estou sempre na torcida.

Você parou no ano passado, mas ainda é novo. Não pensa em voltar?
Não, não (risos). Eu já encerrei. As lesões atrapalharam muito, sempre problemas musculares, nunca uma lesão grave. Ano passado, no Santo André, já fui no sacríficio. Não deu para aguentar mais...

E agora, pretende seguir no futebol?
Sim, tenho feito alguns estágios com treinadores. Fiz com o Gallo no Náutico, estou vendo outras coisas agora. Mas quero fazer tudo com calma, me firmar como auxiliar, e só depois pensar em algo mais, como ser técnico.

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