o goleiro do Bahia não poderá jogar por dois anos mas a decisão cabe recurso no pleno |
Renê, respondeu pelo artigo 2.1, presença de uma substância proibida em uma amostra colida, do Código Mundial Antidoping, após ser flagrado por uso da substância Furosemida, no dia 28 de agosto, na partida contra a Portuguesa, válida pela 17ª rodada da Série B, partida que acabou com a vitória dos baianos por 4X2. Depois de jogar mais seis jogos, o goleiro foi suspenso preventivamente logo após a divulgação do resultado do exame.
Depoimento de Renê é marcado por choro e emoção
Ao começar a falar sobre o assunto, o goleiro disse que, em 15 anos de carreira, nunca teve problema com doping. "Na semana do jogo com a Portuguesa aconteceu o doping. No jogo da Ponte Preta fui comunicado sobre isso e fiquei surpreso, sem chão. Nunca imaginava que isso ia acontecer na minha carreira. Sempre aconselhei os jogadores quanto a isso e acabou acontecendo comigo", disse o jogador, explicando em seguida como soube mais detalhes do caso.
"Liguei para a minha casa para saber quais remédios tínhamos e minha esposa me disse os nomes. Naquele momento fiquei nervoso, porque, com 33 anos, a minha carreira pode ter acabado", disse Renê, muito emocionado. Em seguida, não conseguiu terminar de falar, e desabou em lágrimas.
"Quando minha mulher me disse que sempre me dava essa medicação, no calor da emoção disse que ela acabou com a minha carreira", lembrou o goleiro, que disse que sua esposa lhe dava esse remédio há cerca de oitos anos, e que ele tem picos de dor de cabeça, que vem de histórico familiar.
Renê alegou que não fez nenhum exame ainda para identificar problemas de pressão alta, que é comum em sua família, e que na Série B deste ano já participou de três exames de dopagem. O goleiro ainda lembrou que fez exame durante o Campeonato Paulista, quando defendia o Mirassol.
Esposa disse que foi cobrada até pelas filhas
Roberta, esposa do jogador, afirmou que sua sogra indicou a medicação e que ela começou a dar para o jogador quando ele sentia dores de cabeça. "Estou me sentindo péssima, porque não é fácil pensar que posso ter prejudicado a carreira dele, justamente agora que ele conseguiu estar num time de grande torcida. É difícil para mim ter minhas filhas cobrando que os coleguinhas da escola perguntam porque a mamãe foi dar remédio para o papai", contou ela durante o depoimento.
Roberta afirmou que não consegue imaginar a possibilidade de Renê ficar suspenso por dois anos, ressaltando que o jogador não tomou o medicamento para mascarar o uso de qualquer substância proibida ou para ter uma melhor performance em campo. Ela ainda disse desconhecer que o medicamento é diurético.
No início de seu voto, o relator Marcelo Tavares disse que ficou claro que o atleta não teve dolo, mas que como julgador tinha que abandonar o lado emocional para analisar o caso. Tavares disse que Renê assumiu um risco muito grande em não falar com o médico do clube sobre o remédio que tomava, principalmente após a palestra que teve no clube, como foi informado pelo médico do Bahia em seu depoimento.
Em seguida, o auditor votou pela suspensão de Renê por um ano, por infração ao artigo 2.1 do Código Mundial Antidoping. No momento do pronunciamento do voto, o goleiro se emocionou e disse, em voz baixa, que a sua carreira havia acabado.
Os dois auditores que votaram em seguida, Francisco Pessanha e Jonas Lopes, acompanham o voto do relator. O presidente Paulo Valed Perry, último a votar, disse que todos os auditores se envolveram com o lado emocional do processo, e que foi levada em conta, na decisão, a responsabilidade do atleta. Assim, foi ainda mais duro e aplicou dois anos de suspensão a Renê, apesar de ser voto vencido.
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