22/08/2010

Entrevista com Rodrigo de Camargo, filho do Gênio Enéas

Dia 22 de agosto de 1988 é um dia que nenhum torcedor da Lusa deseja recordar, pois foi neste dia que o gênio Enéas, aos 34 anos , sofreu um acidente de transito, e fez com que, meses depois, o gênio deixasse o mundo dos vivos.
O meia atacante, que nasceu em 1954 em São Paulo, foi uma das principais estrelas da rubro-verde na década de 70, grande jogador, que amava a Portuguesa e a cada jogo mostrava isso em campo, dando tudo de si.
Em homenagem ao principal ídolo da Associação Portuguesa de Desportos, o Blog Força Lusitana entrevistou a pessoa que mais conheceu o gênio Enéas, o seu filho Rodrigo de Camargo, que aceitou contar um pouco da história de seu pai.

1ª Como era o Enéas fora dos campos?
Meu pai era uma pessoa super alto astral, brincalhão. Gostava de ajudar as pessoas, tanto financeiramente como em palavras de conforto. Super humilde, nunca deixou o sucesso subir a cabeça, tratava todo mundo igual. Lembro perfeitamente ele conversando com os fãs, tirando fotos e distribuindo autógrafos.

2-O Enéas se destacou pela Portuguesa e até hoje a torcida rubro-verde tem um carinho especial por ele, seja quem o acompanhou ou até mesmo as novas gerações, como você se sente sabendo que a torcida da Portuguesa nutre ainda esse carinho pelo seu pai?
Fico muito feliz em saber que o carinho da torcida da Lusa pelo meu pai permanece até hoje. Trinta anos atrás meu pai saiu da Lusa e vinte e dois anos que ele partiu e assim mesmo ainda é lembrado. Tenho um orgulho muito grande de ser filho dele.

3-Você chegou a ir aos treinos com o seu pai? como ele era nos treinos?
Só peguei a época do Palmeiras em diante, mas o que via era um Enéas dedicado, mas com muitas dores no joelho e tornozelos. Além de ter uma técnica impressionante, ele conhecia muito taticamente. Com certeza seria um técnico maravilhoso.

4-Você ainda tem amizade com alguns dos amigos do seu pai?
Os principais são o Badeco e o Wilsinho. Duas pessoas fantásticas que sentem muito a falta do meu pai, principalmente o Badeco que era o conselheiro, dentro e fora do campo.

5-O que você acha que o seu pai diria para os torcedores da Portuguesa sobre a atual situação do time?
Do jeito que meu pai amava a Lusa, ele não deixaria ficar nessa situação, pois enquanto ele estava lá a Portuguesa brigava com os grandes de igual para igual.

6-Muitos jornalistas acabaram dando uma má fama ao seu pai dizendo que em algumas partidas ele "dormia" em campo, como ele se sentia recebendo essas críticas?
Não tinha idade suficiente para ter uma conversa sobre este assunto com meu pai. Minha mãe diz que ele ficava irritado, mas dava a resposta dentro do campo. Tenho certeza que se o meu pai não fosse cortado da copa de 74, as coisas seriam diferentes na carreira do Enéas.

7-Você gostaria de falar alguma coisa para os admiradores do Gênio Enéas?
Obrigado pelo carinho e não deixem de lembrar de um dos maiores ídolos da Lusa. Enéas jogava por alegria e amor a camisa. Recusou propostas dos grandes clubes do Brasil e só saiu da Lusa porque a transação foi excelente para ele, mas principalmente para a Portuguesa.

Nenhum comentário: