13/07/2010

Entrevista do jogador Dodô

A principal aposta da rubro-verde para conseguir o título da série B de 2010, o jogador Dodô, concedeu uma entrevista ao site Lance! e falou um pouco de sua carreira, o Doping de 2008 que o tirou do futebol por dois anos, entre outros assuntos, vale pena conferir.

LANCENET!: Como está a expectativa em estrear pela Portuguesa?
Dodô: Estou feliz por voltar a São Paulo e especialmente a Portuguesa, que foi um clube que se interessou pela minha contratação. Eu também escolhi jogar na Lusa, e é uma coisa que coincidiu, foi legal. Pude voltar para casa, já que sou daqui, minha família é daqui. Vai ser muito bom porque minha família toda vai poder vir assistir os jogos. Meus pais, meus irmãos, meus primos, então a gente vai poder reviver isso que fazíamos quando eu jogava no São Paulo e no Santos. Fazem mais de dez anos que eu não faço isso com a minha família. Ainda tem o fato de eu querer voltar pra casa, tem minha esposa aqui, meu filho vai poder voltar pra escola. Enfim, estou muito feliz. O pessoal me recebeu muito bem, até melhor do que eu esperava e tem tudo para dar certo.

L!: E mesmo com outras propostas, porque escolheu a Lusa?
D: São vários motivos. Trocar de estado sem sair do eixo Rio-São Paulo, ia necessitar uma mudança muito grande novamente. Graças a Deus eu também estou num momento em que eu posso optar por jogar na Portuguesa e isso foi importante. Estou aqui por minha vontade, por prazer, e acho que isso que conta.

L!: O que pensa para seu futuro?
D: Meu futuro é somente a Portuguesa. Quero fazer uma grande Série B, chegar na elite com o clube, ser campeão. Temos um time bom. Antes eu tinha apenas visto o time, e agora que passei um período treinando com o elenco vi que os jogadores são muito qualificados e inteligentes. Também tenho prazer de jogar ao lado do Athirson, que é um grande jogador e amigo particular, então eu acho que são coisas pequenas que vão juntando e formando uma coisa bem legal.

L!: Pensa em encerrar a carreira na Portuguesa?
D: Pode ser. Eu tenho 36 anos, e quando a gente chega nessa idade que a gente não pode pensar a longo prazo, temos que fazer nosso melhor. Eu tenho um ano na Portuguesa para fazer um grande trabalho e estou muito confiante para isso. Mas pode ser um dos últimos anos da minha carreira sim.

L!: Você já jogou em muitos clubes. Como é ser o exemplo para os mais jovens do elenco?
D: Acho que o importante é o respeito que eles têm por mim, eu sinto isso. O meu exemplo de dedicação nos treinos, estar todos os dias com eles sendo um bom profissional. Acho que o exemplo que você dá a cada dia é o mais importante.

L!: E você já teve um entrosamento com algum jogador?
D: A Portuguesa tem bons jogadores. Os dois atacantes que treinaram comigo são muito bom (Kempes e Luís Ricardo). O Héverton é um excelente jogador e o Athirson é o craque do time, excepcional. Joguei com ele pouco tempo no Botafogo, mas foi o suficiente para admirá-lo. Eu vejo ele treinando aqui, a forma como ele joga e tenho certeza que ele vai ajudar muito a Portuguesa.

L!: Como é chegar na Portuguesa com status de ídolo?
D: A minha carreira traz isso. Chegar e já ser respeitado, contar com a confiança de todos por tudo o que fez é legal. Dentro de campo é mais fácil. O time está certinho, não teve grandes mudanças. O entrosamento vai ser fácil e acho que a Portuguesa está num bom caminho para fazer um ótimo campeonato e conquistar o título.

L!: Você ficou um perído parado. Como encontrou motivação para continuar jogando?
D: Os últimos anos da minha vida foram muito difíceis né? Fiquei um ano e meio sem jogar. Tive que ter força. Pude contar com a minha condição física, que sempre foi boa, e por isso que eu não deixei de jogar. Minha confiança em Deus também me ajudou muito. Tenho muita fé. Minha família também foi importante, minha esposa, meus filhos, meus pais... Tudo isso me motivou a continuar no futebol. E daí quando eu voltei me surpreendi com aquela recepção no Vasco, que foi uma coisa que eu não esperava. Por mais que não dei certo lá, me ajudou muito a voltar. Isso tudo me motiva a continuar a jogar, e acredito que a Portuguesa tem total condição de me ajudar e eu também colaborar dentro de campo.

L!: Você já jogou no Maracanã com 60 mil pessoas, e agora vai conviver com cinco, seis mil no Canindé. Como é esse contraste para você?
D: Quando a gente começa a jogar futebol conhece várias situações. Eu já sou um cara experiente. É claro que todo jogador gosta de atuar em um estádio cheio, isso é muito bom. Mas temos que nos adaptar a cada situação. Creio que a torcida da Portuguesa vai aumentar com a minha família agora, e a capacidade do estádio vai ser até maior (risos). Mas isso não me incomoda não. O importante é estar num time bom, e o resto é mais fácil.

L!: E se você se destacar aqui e receber propostas de grandes clubes ou até do exterior, iria?
D: Eu nem comecei a jogar na Portuguesa ainda. São suposições apenas. É claro que quando eu chego em um clube, o pensamento é ficar. Quando eu cheguei no Vasco, o meu pensamento era de terminar lá. Infelizmente não deu certo e agora eu chego aqui na Portuguesa com a mesma motivação de subir com a Lusa, ser campeão e encerrar a minha carreira aqui. Isso passa pela minha cabeça. Quero me firmar aqui, ser um jogador importante em mais um clube da minha carreira. É isso que eu penso, mas o futuro pertence a Deus.

L!: Como foi conviver com críticas durante o tempo que ficou sem jogar?
D: Quando você está consciente daquilo que você fez não se importa com isso. Eu sei que não tive culpa nenhuma. Foi uma situação atípica, mas eu fiquei tranquilo. Confiei muito em Deus, que foi meu pilar de sustentação e muitas coisas contribuíram para meu retorno. Agora é continuar jogando até quando deixarem.

L!: Sabe com quantos anos pretende parar?
D: É difícil estipular uma idade certa. Quando eu não poder mais treinar, ter disposição para jogar e ver que não dá mais pra mim, aí chegou a hora de parar.

L!: O que aconteceu realmente naquela história do doping?
D: Foi um período complicado da minha vida. Aconteceu no Botafogo em 2007, o clube dava alguns produtos para os jogadores e o meu estava com uma substância proibida. Foi triste. É ruim até lembrar, porque você ser punido sem nem ter feito nada é duro. E eu ainda estava em um momento excepcional da minha carreira, jogando muito bem e o Botafogo também. Fiquei um tempo parado e depois fui para o Fluminense, onde também estava muito bem na Libertadores, e foi quando fui punido e fiquei um ano e meio sem jogar. Mas eu sei muito bem que não tive culpa. Ainda bem que voltei a jogar, e é por isso que estou aqui hoje.

L!: O erro então foi do Botafogo?
D: Foi pelo Botafogo que eu tomei, através de um laboratório da onde o clube pegava os produtos. Já passou três anos também. O único prejudicado nessa história fui eu, o Botafogo continuou e os profissionais que trabalhavam lá continuam, e só eu que tive que parar, mas...

L!: Guarda mágoas?
D: Não, de jeito nenhum. Se você guardar mágoa não consegue seguir a sua vida. Isso tudo já passou e tenho certeza que um dia vai aparecer tudo o que realmente aconteceu. Enquanto isso eu continuo jogando.

L!: E você voltou a ver os profissionais de lá?
D: Sim, com certeza. Os profissionais do Botafogo são excelentes, ótimas pessoas também no clube. Convivi com muita gente lá. Dentro de campo eu vivi talvez a melhor fase da minha vida e o que aconteceu foi uma coisa a parte que não tinha como eu continuar no Botafogo. São coisas que acontecem e que aconteceu comigo, mas já está superado.

L!: O que espera da Série B, que é conhecido com um campeonato mais duro?
D: É complicado prever como vai ser. É novidade para mim também, é um campeonato diferente. Mas se você está em um time bom, fatalmente vai superar os adversários, independentemente se for Série A ou B.

2 comentários:

Michelle disse...

Dodô foi mto modesto quando o Lance! perguntou sobre o status de ídolo: "A minha carreira traz isso. Chegar e já ser respeitado, contar com a confiança de todos por tudo o que fez é legal."... Só espero que ele faça, pelo menos 50%, de toda a expectativa que estão criando em torno dele. Pra mim, ele ainda não é um ídolo, só daqui algumas rodadas para confirmar isso.

Chrystian Falcão Gedra disse...

eu também espero que ele possa jogar o suficiente para confirmar esse status de ídolo

mas só o tempo poderá nos dizer