13/09/2010

Vadão fala sobre a Lusa

Um dos responsáveis pelo Carrosel Caipira, que revelou, dentre muitos jogadores o meia Rivaldo, considerado o melhor do mundo, além de, recentemente, ser o responsável pelo acesso do Guarani a série A, o técnico Oswaldo Alvarez estava vivendo um momento difícil na Lusa...sem vencer a sete jogos o treinador concedeu uma entrevista a equipe da revista série B momentos antes da partida contra o Figueirense, que terminou com a vitória da Lusa sobre a equipe catarinense.

Confira a entrevista exclusiva com Vadão, técnico da Portuguesa:

- Vadão, a Portuguesa vinha num ótimo momento, emendou 3 vitórias consecutivas e chegou a estar na vice-liderança após a 13ª rodada. Depois disso, porém, o time caiu muito de rendimento e não vence há 7 jogos. O que aconteceu para essa queda tão grande no desempenho da Lusa?

"Na verdade, se analisarmos os jogos que perdemos, a não ser o jogo contra o Vila Nova, em que fizemos um primeiro tempo muito ruim, em todos os outros nós tivemos chances de vencer. Então nosso desempenho não foi ruim, o resultado é que foi ruim. E, logicamente, como você vai deixando de vencer, você vai perdendo um pouco da confiança, enfim, tudo aquilo que envolve o lado bom do futebol. A gente vinha numa sequência muito boa e entrou num momento muito ruim. Agora a gente tem que ter bastante equilíbrio e reverter essa situação".

- Nessas horas difíceis, o que vale mais: treinar bastante para corrigir os erros ou uma boa conversa com os jogadores?

"Como a gente não tem tido muito tempo para trabalhar, não tem feito muita coisa. Essa semana, por exemplo, a gente conseguiu tirar um dia só para fazer trabalho coletivo, trabalho tático, e no dia seguinte complementou com mais um trabalho tático e um de bolas paradas. Mas acho que nesse momento é treinar, trabalhar, principalmente quando temos que mexer na equipe, temos que passar para os jogadores que estão entrando o posicionamento correto, enfim, tudo aquilo que pedimos. E conversa também não pode faltar, é tão importante quanto o treinamento".

- Nas últimas rodadas você variou bastante o esquema tático. Jogou tanto com 3 zagueiros quanto com 2. Você acha que essa indefinição pode ter atrapalhado a equipe?

Não, nós temos duas formas de jogar, não é nada disso que atrapalha. A gente só mudou por causa de contusões, suspensões. Antes da Copa a gente jogava com 3 zagueiros, até porque a Portuguesa estava acostumada a jogar desse jeito, tinha até dificuldades para jogar com 2 zagueiros. Quando a gente entrou no intervalo para a Copa, dois jogadores não poderiam atuar no primeiro após essa pausa (contra o Duque de Caxias): o Domingos e o Maurício estavam suspensos. Então nós começamos a treinar com 2 zagueiros, até para ter uma alternativa. E muitas vezes quando jogávamos com 3 zagueiros e o time estava perdendo, nós tirávamos um zagueiro e aumentávamos um homem no meio-campo ou na frente. Quando nós jogamos com 2 zagueiros foi a nossa melhor fase. Jogamos 18 pontos e ganhamos 13. E anteriormente também tínhamos feito um bom papel, disputamos 21 e ganhamos 13. Tínhamos duas formas definidas e as coisas vinham correndo bem, independentemente do sistema. Mas é óbvio que agora com novas mudanças, novas contusões, a gente vai tentando adaptar o elenco àquilo que tiver de melhor pro momento.

- Ano passado, no Guarani, você também enfrentou um jejum de vitórias com a equipe durante uma parte do campeonato (6 jogos), mas depois o Bugre se recuperou e terminou com o acesso. Que lição desse momento em 2009 você pode tirar para tentar reverter essa situação atual na Portuguesa?

"O que dá pra tirar de lição é que, tanto na época do Guarani quanto agora, a gente tem que sempre procurar o equilíbrio. Porque se a gente ficar muito tenso, acaba jogando mal, dando chance pro adversário. Então eu acho que em primeiro lugar é ter equilíbrio, ter tranquilidade, independentemente das mudanças ou de qualquer outra coisa. O mais importante é manter a confiança do grupo, ter o equilíbrio necessário para poder passar isso para os jogadores também. Senão as coisas não correm bem dentro do campo e o adversário acaba se aproveitando".

- Hoje, a Lusa enfrenta o líder e melhor ataque do campeonato, o Figueirense. O que fazer para parar o time catarinense? É uma boa oportunidade para mostrar a força da Portuguesa?

"Enquanto a gente não ganhar o jogo, vai ficar sempre a mesma conversa. Soa pro torcedor até como desculpa né? Mas não é, enquanto a gente não vencer, as perguntas da imprensa serão repetitivas e as respostas também. Então a gente tem que mostrar isso aí, nossa força, é contra o líder do campeonato, uma equipe que está melhor condicionada. Uma vitória num confronto direto desses tem um peso maior e automaticamente a gente ressurge novamente e depois a caminhada vai ser muito mais tranquila".

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